Favorecidos por um ano de crescimento econômico, expansão do mercado de trabalho e queda do desemprego, 93,8% dos pisos salariais pagos no Brasil em 2010 foram reajustados acima da inflação, medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na data base de cada categoria. Em mais da metade das negociações da maioria das categorias profissionais os ganhos reais (acima do INPC) variaram entre 2% e 6%, conforme balanço divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O aumento real chegou a superar os 8% em 13% do total dos pisos. Apesar do bom resultado, o estudo mostrou que os salários iniciais são muito baixos, já que 94,1% deles não chegavam a R$ 1 mil no ano passado. Os dados foram levantados com base em 660 acordos e convenções coletivas que o Dieese analisou em todo o país. Minas Gerais participou com 69 negociações, representando 10,5% do painel. As informações foram agrupadas por setores de atividade e por região. A boa notícia é que depois do Sudeste, que registrou o maior piso salarial, de R$ 2.600, foi o Nordeste que se destacou, com remuneração de R$ 2.381,82. Os serviços de saúde pagaram o melhor piso de R$ 2.600 e o menor salário ficou emparelhado com o mínimo de 2010, de R$ 510, tanto nas empresas de serviços, quanto no comércio e na indústria. (Estado de Minas)