O forte crescimento da demanda interna, que desde a crise de 2008 vem sustentando a economia nacional, se distanciou perigosamente da produção. A taxa anualizada da chamada "absorção doméstica" (consumo das famílias + gastos do governo + investimentos e estoques) está em 5,6%, enquanto o crescimento anualizado do Produto Interno Bruto (PIB) até o segundo trimestre do ano foi de apenas 3,2%. Traduzindo: a produção brasileira enfraqueceu e corre risco de perder competitividade; a demanda interna ganhou mais força e mantém pressionada a inflação. "O repique do segundo trimestre pode refletir um comportamento indesejado da demanda", diz Paulo Levy, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre os dados do PIB divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (O Estado de S.Paulo)