Quando o pequeno e pouco conhecido banco Morada sofreu intervenção do Banco Central há quase um ano, a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, amargou um prejuízo de pelo menos R$ 72 milhões. Um dos maiores fundos de pensão do país, a Petros investia em papéis de alto risco lastreados em créditos podres emitidos por empresas controladas pelos mesmos donos do Morada. O banco carioca teve a intervenção decretada em abril e, em outubro, entrou em processo de liquidação extrajudicial. Na ocasião, o BC indicou "insolvência do banco e a prática de violação das normas legais disciplinadoras". Seus controladores estão com os bens indisponíveis desde maio. Segunda maior fundação de previdência do país, com patrimônio de R$ 55,6 bilhões, a Petros adquiriu títulos conhecidos como cédulas de crédito bancário (CCBs), que tinham como lastro operações de crédito consignado geradas pelo Morada e que haviam sido removidas do balanço do banco. O Valor apurou que durante a intervenção detectou-se que os créditos repassados pelo Morada às três empresas – Allcred, Secred e Morada SPE – tinham alto grau de inadimplência. Boa parte deles recebia a classificação "H", a pior na escala do Banco Central, que obriga o banco a fazer uma provisão de perdas equivalentes a 100% do valor dos empréstimos. (Valor Econômico)