O segundo turno marca a disputa entre a esquerda (Ollanta Humala) e a direita (Keiko Fujimori) peruana.
Humala beneficiou-se do fato de ser um político de oposição ao governo Alan García, rejeitado por 60% dos eleitores. Mais do que isso, diferentemente da sucessão presidencial anterior, ele conseguiu moderar seu discurso e afastar-se do vínculo com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Apesar de apresentar-se ao mercado eleitoral como o candidato da mudança, ele tem dito que a permanência do modelo democrático e a continuidade do crescimento econômico não correm riscos.
Porém, o mercado financeiro vê sua candidatura com desconfiança por conta de seu discurso radical do passado. Desde que Humala começou crescer nas pesquisas, as bolsas vem caindo e o dólar e o risco-país subindo.
Keiko Fujimori, por sua vez, beneficiou-se politicamente do apoio que o Fujimorismo ainda preserva no Peru. Apesar da condenação de seu pai e ex-presidente Alberto Fujimori, por violações aos direitos humanos, cerca de 20% do eleitorado esteve com Keiko desde o início da campanha e não mudou de candidato.
A partir de agora, o desafio de Keiko será convencer a opinião pública que as violações dos direitos humanos não se repetirão durante um eventual governo.
No cenário atual, Ollanta Humala tem um leve favoritismo sobre Keiko Fujimori, embora a disputa esteja em aberto. Vencerá o embate quem atrair a maioria dos eleitores que estiveram com Pedro Pablo Kuczynski, Alejandro Toledo e Luis Castañeda no primeiro turno, que somaram cerca de 43% dos votos válidos.