Cerca de 5 mil campesinos paraguaios continuam com as manifestações em Assunção com objetivo de pressionar o governo Fernando Lugo em favor da reforma agrária. A Federação Nacional Campesina (FNC) é a responsável pela articulação do movimento.
A FNC agrupa 270 mil familias de campesinos, em sua maioria cultivadores de algodão, cuja produção encontra-se em retrocesso devido ao avanço da produção mecanizada de soja, a principal fonte de divisas da economia nacional.
Os trabalhadores também criticam a política econômica do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, no poder desde agosto de 2008, e exigiram o cumprimento de suas promessas eleitorais, sobretudo as relacionadas a reforma agrária, o combate do latifúndio e projetos de desenvolvimento agrícola.
Mesmo que esses temas tenham sido as principais bandeiras de campanha de Lugo, a falta de uma maioria parlamentar no Congresso e os problemas em sua coalizão—o presidente paraguaio está rompido com seu vice, Federico Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA)- ajudam a explicar a flexibilização do Executivo em relação a esses temas.
Um exemplo das dificuldades que Lugo enfrenta no Congresso é o fato da aprovação da entrada da Venezuela como membro-pleno do Mercosul não conseguir ser votada no Congresso, apesar das iniciativas do poder Executivo.