A reeleição da presidente argentina, Cristina Kirchner, que deve ocorrer no próximo domingo, está longe de preocupar os dirigentes de empresas brasileiras que já estão instaladas na Argentina. Ao contrário de um processo de radicalização e estatismo, os dirigentes brasileiros acreditam que Cristina tende a uma moderação cada vez maior no trato com o setor privado. "Desde a morte do marido, ela manda sinais de suavização", comentou um dirigente de uma instituição financeira, referindo-se ao presidente Néstor Kirchner, que morreu em outubro de 2010. A expectativa de moderação se alimenta mais pelo que Cristina não fez. Nos últimos doze meses, não foram abertos novos embates com o setor privado, o que marcou o kirchnerismo nos sete anos anteriores, inclusive nos três primeiros anos do governo da presidente. Ninguém questiona a manutenção de uma política protecionista, mas se aposta em um ajuste para enfrentar a crise global sem as fricções que marcaram o governo anterior. (Valor Econômico)