O governo derrubou o ritmo de crescimento dos investimentos e segurou as emendas dos parlamentares para conseguir cumprir praticamente no "alvo" a meta fiscal do ano passado. Com uma folga de apenas R$ 810 milhões, as contas do setor público – que incluem o governo federal, Estados e municípios – fecharam 2011 com um superávit primário de R$ 128,7 bilhões, o equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O superávit primário é a sobra de caixa para pagar os juros da dívida pública. Mesmo num cenário de aumento da arrecadação do ICMS e das transferências de receitas da União, os Estados e municípios e suas estatais não conseguiram cumprir a meta prevista para 2011, o que obrigou o governo federal a cobrir a diferença. Embora positivos, os dados fiscais divulgados ontem pelo Banco Central (BC) apontam para um cenário ainda mais difícil e complexo em 2012, o que alimenta desconfianças dos analistas em relação à capacidade de cumprimento da chamada meta cheia, sem abatimentos. (O Estado de S.Paulo)