Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Exibir tudo

Orgulho e preconceito

Tomo emprestado o título do livro de Jane Austen para escrever sobre os riscos que os analistas políticos correm em sua atividade ao longo de ano eleitoral. O êxito do trabalho de um analista político consiste, principalmente, em desvendar tendências e apontar direções. Trata-se, portanto, de um desafio que vai além da mera responsabilidade de explicar o que acontece.

Em ano eleitoral, a pergunta mais ouvida por um profissional da área é sobre quem deve ganhar as eleições presidenciais. Ninguém quer saber menos que isso. E, como sabemos, aquele que prevê o futuro erra mesmo quando acerta, já que o futuro é sempre imprevisível. E onde está a raiz da imprevisibilidade? Em duas vertentes decisivas no desenrolar dos acontecimentos: o livre-arbítrio e o acaso.

O livre-arbítrio leva as pessoas a tomar decisões. E, repetindo Tom Robbins, o coach das multidões, você é produto de suas decisões. Assim, as resoluções que os candidatos podem tomar, as besteiras que podem falar e, ainda, aquilo que podem deixar de mencionar resultarão em vitória ou derrota. Já o acaso, como disse Machado de Assis pela boca de um personagem, o conselheiro Ayres, tem voto decisivo na assembleia dos acontecimentos.

Ora, se mesmo com todo o respaldo da ciência, com a expertise e, no caso de alguns, um histórico de acertos, os analistas têm de se submeter ao livre-arbítrio e ao acaso, eles precisam, naturalmente, cercar-se de certos cuidados. E tais cuidados relacionam-se com o título da obra de Austen.

Analistas não devem ficar orgulhosos de seus acertos, visto que estes podem valer pouco diante dos acontecimentos futuros. Também não devem nutrir preconceitos, já que estes existem para serem demolidos e desacreditados. O orgulho entra quando o analista insiste em um caminho errado. Às vezes, por exemplo, a cena futura pode estar determinada por acontecimentos que não chegam a ocorrer, caso de uma eventual melhora da economia que poderia favorecer determinados candidatos.

Outras vezes, os ventos da mudança correm encanados pelos subterrâneos da conjuntura. Como no episódio do desarmamento: todos achavam que a tese contra as armas seria vencedora, mas deu-se o inverso. Por isso o analista político deve ficar longe do orgulho e cultivar a humildade. Para poder reconhecer quando toma a direção errada porque suas certezas não eram tão certas assim.

Em ano eleitoral, a pergunta mais ouvida por um analista político é sobre quem deve ganhar as eleições presidenciais

Orgulho e preconceito
21 de setembro de 2018
Reforma política deve incluir recall e voto distrital
22 de setembro de 2018