Os senadores do Rio de Janeiro vão esticar a corda ao máximo na tentativa de obrigar o governo a ceder ainda mais na divisão dos royalties de petróleo. Com o apoio da oposição, a bancada fluminense conseguiu manter a pauta do Senado trancada por medidas provisórias, dificultando a votação, na próxima terça-feira, do projeto do senador Wellington Dias (PT-PI) que impõe perdas de receita ao Rio. Se a pauta não for liberada, a proposta não irá à votação, abrindo caminho para a análise do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda Ibsen, programada para o próximo dia 5. A tática orquestrada em conjunto com os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Francisco Dornelles (PP-RJ), prevê que os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) adiem a entrega de seus relatórios, mantendo a pauta bloqueada pelas MPs. Lúcia Vânia é relatora da MP 536, que aumenta o valor da bolsa paga aos médicos residentes. Miranda é relator da MP 537, que liberou crédito extraordinário no valor de R$ 500 milhões aos Ministérios da Defesa e Integração Nacional, a fim de socorrer as vítimas de fortes chuvas e inundações. Relator da última MP a trancar a pauta, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) já entregou o seu relatório. A estratégia permitiu que os Estados produtores ganhassem mais uma semana de negociações. "Não concordo que tirem receita do Rio, mas acho que o excedente deve ser redistribuído", disse Miranda. (Agência EStado)