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Oposição deve fazer charme, mas tende a reduzir resistências

Vejam nossa avaliação publicada na coluna de Sonia Racy (Estado de São Paulo de ontem):


 


O movimento do governo em relação à oposição, que culminou esta semana com uma longa conversa entre o presidente Lula e Tasso Jereissati, presidente do PSDB, não tem como objetivo principal eliminar a obstrução às medidas do PAC. Por serem basicamente MPs e projetos de lei ordinária, que exigem maioria simples, o governo não deve ter problemas em conseguir aprová-las. Mesmo no Senado. O objetivo maior, segundo Murillo de Aragão  da Arko Advice, é aprovar a DRU e prorrogar a CPMF. Aliás, todo governo que entra acena com uma reforma tributária apenas para aprovar essas duas medidas. É certo que o governo tem base política grande na Câmara: 340 deputados. Só que já ficou mais do que provado que essa base é muito suscetível a problemas de manutenção. Por isso, uma votação de maioria absoluta é muito arriscada. Daí ser preciso desobstruir canais de comunicação.

Mas não apenas isso. O governo pretende encaminhar em breve a reforma política, que certamente deve dividir a sua base no Congresso. Há muitos partidos pequenos que não vão querer deixar de ser partidos. Por isso, ressalta Aragão, será mais fácil negociar com o PSDB e com os democratas. Sem contar que já estava ficando óbvio que a obstrução ao PAC estava causando problemas de imagem à Câmara. Com a CPI do Apagão Aéreo praticamente garantida, não havia mais sentido obstruir, destaca
, Cristiano Noronha também da Arko Advice. Além do mais, essa CPI mostrou que a oposição tem como criar CPIs insistentemente, sobre os mais variados temas, provocando constante aporrinhação ao governo. Logo, tudo indicava que era preciso tratar melhor a base política, para evitar ser chantageado mais à frente, via CPIs.

Do lado da oposição, a aproximação com o governo também tem seus motivos. O PSDB acredita que fará o sucessor de Lula e hoje tem vários governos estaduais fortes, que dependem da boa vontade do governo federal. Tudo o que puder facilitar as coisas agora e em 2010 tenderá a ser melhor avaliado. Por isso, acredito que a oposição vai fazer charme, mostrar preocupação em melhorar os projetos, mas vai acabar apresentando menos resistências.