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Oposição de papelão

  A essa altura do campeonato, a oposição já deveria estar mais organizada e com um plano de ação. No entanto, colocando o carro na frente dos bois, o que se vê é apenas a surda disputa entre José Serra e Aécio Neves para ver quem será a prima-dona da oposição. O velho erro de sempre: buscar um líder e segui-lo.  

A fórmula está errada porque o último líder carismático foi Lula. Aliás, o único disponível depois da morte de Leonel Brizola. Nenhum dos nomes atuais, salvo Lula, tem caixa para levar uma eleição apenas no doce charme da popularidade. O buraco eleitoral é mais embaixo.

 

Considerando que temos dois meses pós-eleitorais e um mês de era Dilma, a oposição já deveria ter aparecido com um projeto. Com uma proposta clara. Deveria ter consumido seus 90 dias de ressaca na formulação de um plano de ação.

 

Porém, até agora, nada, além da disputa personalista e de uma irritante acomodação esperando que o governo troque os pés pelas mãos e se meta em uma enrascada.  A oposição de hoje sequer merece esse nome.

 

Para o país, a ausência de uma oposição é uma tragédia. Não que o papel de oposição esteja vago. Ou, ainda, que se necessite ter alguém do contra pelo simples prazer de ser do contra. Vamos por partes.

 

A oposição de verdade está sendo feita dentro da base governista pelos aliados insatisfeitos, que esperam o momento certo para dar o troco de sua insatisfação. Daqui a alguns meses, nós o veremos se materializar na falta de apoio em alguma questão importante.

 

A oposição composta pelo PSDB-DEM-PPS, que resulta em pouco mais de 108 deputados e 16 senadores, é a que deveria estar claramente identificada. Tanto pelo discurso quanto pela prática.

 

No discurso, a oposição deve estar preparada para concordar, discordar e, sobretudo, propor. Na prática, deve exercer seu voto contra. Mas, também, apoiar o que é de interesse estratégico para o Brasil. 

 

Com uma oposição capenga, o sistema político brasileiro vai funcionar mal. A oposição “fogo amigo” não é a melhor das oposições para a cidadania e atrasa, ainda mais, os aperfeiçoamentos institucionais de que tanto necessitamos.