A aliança do PSB com o PSDB em São Paulo e com o PT no Rio tornou o discurso de Marina Silva, vice do socialista Eduardo Campos, incompreensível. A ex-ministra do Meio Ambiente de Lula justificou sua associação com ex-governador pernambucano com dois argumentos: 1) tratava-se de uma “aliança programática”, ou seja de quem quer renovar a política, em vez de “pragmática”, dos políticos tradicionais; 2) serviria para quebrar a polarização PT-PSDB, presente há 20 anos na disputa eleitoral.
Convenhamos que a decisão do parceiro de Marina de aliar-se a tucanos paulistas e petistas cariocas nada tem de programático. Talvez de “matemático” – nos dois estados o PSB não dispõe de nomes fortes para pedir votos em favor de Campos. Marina poderá argumentar que não avalizou a manobra do sócio, deixou pública sua contrariedade. Nesse caso, por que, em vez de deixar o PT e o PV e tentar montar um novo partido, ela não se limitou a negar aval e expressar seu descontentamento quando seus ex-partidos a contrariasse?