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Olhando para a frente

Temos um grande prazer em ouvir más notícias. Por conta disso, as más notícias tem destaque maior. Na semana passada, tivemos dois eventos econômicos de muita importância. Primeiro foi a fixação da nova taxa de juros pelo Banco Central.  A mais baixa de nossa história recente. A segunda notícia foi o anúncio do PIB do segundo semestre do ano que concluiu um ano do ciclo mais fraco de crescimento do Plano Real.

 

Ente a boa e a má notícia, a o desempenho do PIB do segundo trimestre do ano ganhou amplo destaque. Imediatamente, a imprensa trombeteou o fim do crescimento com base no consumo, entre outros observações negativas. Não é bem por aí. A falta de foco do noticiário tende a criar expectativas que não são precisas. Como as mesmas criadas quando o Banco Central começou a cortar a taxa de juros no ano passado. A crítica foi dura e diziam que o BC estava cedendo às pressões políticas e agindo de forma temerária.

 

O noticiário negativo em torno do desempenho do PIB não reconhece algunas aspectos notáveis. Apesar do crescimento pífio dos últimos 12 meses, não deixamos de manter o emprego em um patamar elevado. Além disso, os ganhos de renda dos últimos anos não foram ameaçados. O Brasil, mal ou bem, resistiu ao baixo-astral mundial e, melhor, reconheceu que tem um dever de casa para fazer e destravar a nossa economia. 

 

Este ano, apesar de todos os percalços, o brasileiro teve duas vitórias históricas que estão sendo pouco valorizadas. A primeira é a sensacional briga pela redução da taxa de juros. O governo emparedou os bancos e está conseguindo uma expressiva redução do spread (taxa de intermediação) nos empréstimos. Houve reduções de mais de 60% no custo dos empréstimos. Os bancos públicos lideram a campanha. 

 

A segunda proeza foi a redução da taxa de juros (Selic) para o menor índice da história do Brasil. Descontada a inflação, a taxa real de juros é pouco acima de 2%! O que é um patamar internacional de taxa de juros. Em qualquer lugar do mundo, a taxa atual é considerada muito boa.  

 

Além da questão da taxa de juros, o governo lançou um ambicioso programa de concessões de rodovias e ferrovias que poderá acelerar os investimentos em infraestrutura.  Desta feita, além de estimular a participação do setor privado, buscou garantir crédito competitivo com taxas de juros ainda mais baixas que a Selic.  Ainda este mês, o governo deve anunciar outro pacote ambicioso de investimentos em portos e aeroportos que completa o primeiro, de rodovias e ferrovias. Ambas as iniciativas são esperadas com uma ansiedade positiva por parte dos empresários, conforme foi visto na reunião do CDES (Conselhão). 

 

Para alavancar o ambiente econômico, o governo terá R$ 150 bilhões de crédito no BNDES e desonerações fiscais que vão chegar a R$ 42 bilhões. Não vai faltar dinheiro e será mais barato do que antes. Ainda colocou verba para estados e municípios investirem. Uma expressiva redução na conta de energia deve ser anunciada em breve. 

As iniciativas do governo são bastante positivas e devem resultar em um final de ano aquecido. Espera-se até mês mesmo um pouco mais de inflação, por conta do aquecimento do consumo. O Brasil vai virar o ano crescendo acima de 3% no último trimestre, e as expectativas para 2013 são positivas.

 

Falta o governo dar um choque na questão burocrática. Simplificar   procedimentos que atrapalham o funcionamento das empresas. Reduzir a complexidade do sistema tributário e baixar o custo da contratação de mão de obra. São áreas que devem ser trabalhadas imediatamente. Apesar da “sinistrose” de muitos, o ambiente econômico vai melhorar significativamente.