De acordo com o Banco JP Morgan, o risco Brasil medido por aquela instituição, chegou ao seu mínimo histórico na quinta-feira passada: 182 pontos. O risco Brasil é o índice que mede o grau de confiança dos mercados financeiros acerca da capacidade financeira de um determinado país em honrar as suas dívidas.
O fato de o risco Brasil estar baixo decorre da combinação de vários fatos. Um deles é o comportamento do mercado americano.
No entanto, existem as variáveis mais importantes são aquelas relacionadas ao país. A mais importante delas é a relação existente entre as reservas do país e a sua dívida externa. Com quase 100 bilhões de dólares em reservas e crédito no FMI, o Brasil tem grana para honrar seus compromissos.
Outra razão refere-se à gestão do Banco Central que é considerada confiável. Outro fator está no comércio internacional que vem apresentando seguidos superávits. Por fim, a política monetária ainda é atraente para o investimento especulativo. Combinando tudo, o Brasil tem o menor risco de sua história. Mesmo assim, acima da média dos países emergentes: 166 pontos.
Tal situação favorece ao investimento especulativo. O investidor fica mais confiante em colocar dinheiros em títulos do governo brasileiro ou no mercado de ações relacionado às empresas brasileiras. Pode, ainda, reduzir os custos de endividamento relacionados ao Brasil. Novos empreendimentos poderão ser financiados com taxas de juros menores, entre outros benefícios.
Porém, o menor risco Brasil não pode servir de medida ampla e geral para o país. O risco não mede o endividamento (enorme) interno nem a ausência de políticas consistentes para a previdência social. Não mede o ambiente de negócios que ainda é precário. Nm é afetado pela absurda carga tributária e pela colossal ineficiência do estado brasileiro.
O baixo risco deve ser saudado como uma conquista. Mas é algo parcial que não deve desestimular o governo e a sociedade a deixar de buscar outros aperfeiçoamentos mais do que urgentes.