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O programa partidário do PT, por Murillo de Aragão

O PT veiculou na sexta-feira passada (25), em cadeia nacional de rádio e TV, seu programa partidário. A propaganda teve como foco a principal marca dos governos Lula e Dilma: os investimentos no social. Os programas Bolsa Família e Mais Médicos receberam destaque.
 
O programa do PT também destacou outras realizações importantes na área social, como o aumento de empregos, a redução da pobreza, a ampliação da classe média e do poder de compra dos salários, o controle da inflação etc.
 
O objetivo da peça publicitária do PT foi “colar” o governo Dilma Rousseff nas conquistas sociais dos últimos anos, que representam um importante legado do chamado lulismo.
 
Em relação ao Bolsa Família, o partido procurou mostrá-lo como um projeto que vai além da transferência de renda, levando também à independência financeira, ao aquecimento do mercado interno e ao combate da pobreza. Não à toa foram apresentados brasileiros que recebiam o Bolsa Família e hoje são microempresários.
 
O Mais Médicos foi abordado como sendo um programa que está ajudando a mudar a saúde no país. O foco da mensagem petista foi justamente a melhoria da área da saúde, principal demanda dos eleitores. Assim, enfatizou-se a importância de as famílias terem um médico perto de sua residência nas regiões mais pobres.
 
O programa do PT, conduzido pelo publicitário João Santana, acertou na estratégia ao propor o vínculo do governo Dilma com o Bolsa Família e o Mais Médicos, muito bem avaliados pela população. O partido também acertou ao abordar a área social, principal marca dos governos Lula e Dilma.
 
No entanto, ficou faltando uma mensagem do PT para os grandes centros urbanos, local onde surgiram os protestos de rua durante o mês de junho. Vale citar que em recente entrevista concedida à Band News, a CEO do Ibope, Márcia Cavallari, afirmou que, embora a continuidade seja um valor importante para o eleitor, existe na opinião pública uma nova demanda: a cobrança por melhores serviços públicos. Ela disse ainda que a recuperação da popularidade de Dilma entre o final de junho e o final de agosto pode estar mais ligada a questões conjunturais que estruturais.
 
A compreensão dessas novas demandas por parte da equipe estratégica do PT é fundamental para o sucesso da presidente Dilma Rousseff na campanha eleitoral de 2014. Basta lembrar que a avaliação positiva do governo (38%) apresenta sinais de estabilidade, o que aponta para a necessidade de construção de uma agenda que vá além do legado do lulismo.