O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, completou, recentemente, seu primeiro ano de governo. Esse período tem como características o agravamento da crise econômica assim como da polarização política. Maduro foi eleito em abril de 2013, para um período de 6 anos, com o objetivo de dar continuidade à gestão iniciada pelo falecido ex-presidente Hugo Chávez.
Para esse período, o panorama político é adverso. A Venezuela enfrenta escassez de vários produtos da cesta básica e terminou o ano de 2013 com 56,2% de inflação. Outro problema que vem sendo enfrentado é a segurança pública. O país tem um dos maiores índices de violência do mundo. A elevada inflação e os problemas de segurança criaram um cenário de insatisfação social que provocou fortes mobilizações em todo país.
A estratégia adotada por Maduro tem sido a mesma de Hugo Chávez, ou seja, responsabilizar a oposição e também os EUA. Recentemente, Maduro acusou seus adversários de patrocinarem uma "Guerra econômica" contra a Venezuela. Embora a estratégia tenha dado certo durante o governo Chávez, ela não tem o mesmo efeito agora, pois Maduro não possui o mesmo carisma nem a capacidade de mobilização do ex-presidente.
Outro problema vivido pelo mandatário é a falta de legitimidade, já que ele venceu Henrique Capriles, o candidato de oposição, por uma diferença em torno de 1,5%. Posteriormente, como forma de desgastar Maduro, Capriles falou na ocorrência de uma suposta fraude no processo eleitoral. Não bastasse a falta de legitimidade e os problemas econômicos, Maduro tem o desafio de suceder Chávez, uma liderança carismática. Além disso, o presidente também não contou com a chamada "fase de lua-de-mel", em função dos grandes problemas e desafios que têm pela frente. Por ter de suceder um líder com características próprias e muito marcantes, Nicolás Maduro ainda não conseguiu construir uma imagem própria.
Mesmo com todos esses desafios na agenda, Maduro foi bem sucedido quando foi testado nas urnas após assumir o poder. Durante as eleições municipais de dezembro do ano passado, consideradas pela oposição como um plebiscito do atual governo, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) conquistou mais de 70% das prefeituras. Isso graças a uma política ofensiva de rebaixamento de preços de artigos como eletrodomésticos e calçados.