Tevês de LCD, tablets, blu-ray e celulares de última geração povoam os sonhos de consumo de 96 milhões de brasileiros da classe C, que se tornaram a principal aposta de crescimento das vendas do varejo neste Natal. Além de consolidar uma tendência iniciada na década passada, puxada pelo avanço da renda e da formalização do emprego, as intenções de compra desses consumidores trazem desafios novos às lojas. Preços em conta e facilidades na hora do pagamento continuam pesando nas escolhas da nova classe média. Mas esse contingente, que se transformou no verdadeiro motor da economia brasileira, está cada vez mais exigente e passou a cobrar qualidade, variedade de opções e inovação. O economista Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, avalia que o expressivo clube do consumo emergente, equivalente à metade da população, refinou o gosto, concentrando os desejos em produtos eletroeletrônicos antes inacessíveis. Segundo ele, até o ano passado, o grande fenômeno do comércio foi a migração de 31 milhões da classe D para a C, com renda familiar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil. A nova onda é ter um segundo celular de última geração ou trocar o aparelho televisor por um mais moderno. "Após conquistar a cultura de consumo, o grupo que vem embalando a economia do país no ritmo do seu poder aquisitivo e do aumento do próprio tamanho empreende uma virada em favor da qualidade e não apenas da quantidade", ilustra. (Correio Brailiense)