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O mundo não para, por Murillo de Aragão

O mundo não para nem vai esperar o Brasil aprender a fazer as coisas certas. O sucesso incontestável da era Lula já é passado. Deu os frutos que tinha que dar. Um novo modelo deveria estar em curso, mas não está.
O Brasil da era Dilma é um Brasil de desempenho medíocre na economia. Só não é pior porque conseguimos manter alguns fundamentos relevantes protegidos. Nossas reservas, por exemplo. E o desemprego em níveis baixos por conta do consumo.
No entanto, as coisas não vão bem como poderiam. Em especial, no que tange à credibilidade da política econômica. Menos mal que o governo resolveu concentrar esforços para fazer a inflação voltar ao centro da meta. Não é pouco. Mas precisamos de mais.
Na falta de melhor alternativa, o Banco Central fez o que devia fazer: aumentou a taxa de juros. Infelizmente, o governo não está fazendo o resto do dever de casa, que é trabalhar pela competitividade do setor privado.
As desonerações pararam, enquanto deveriam ter sido aprofundadas e generalizadas. Precisamos de um corte amplo e geral de impostos para deixarmos de ter a segunda maior carga tributária da região.
O governo brasileiro deveria transformar em prioridade número 1 o ambiente de negócios. Uma boa meta seria ganhar posições no ranking “Doing Business”, elaborado pelo IFC do Banco Mundial. Estamos em 116º lugar, atrás de Uruguai, Chile, México, Peru e Colômbia.
Se conseguíssemos entrar no ranking dos 50 melhores países para fazer negócios, seria um imenso avanço para a nossa sociedade. Teríamos mais emprego, mais oferta e uma economia mais dinâmica.
No entanto, o governo do Brasil é muito devagar e apegado a sinais datados. Por exemplo, Dilma Rousseff está em Davos, na Suíça. Segundo se comenta, é uma visita destinada a convencer os investidores a acreditar no Brasil. De antemão, afirmo que será um fracasso. Mesmo que seja um sucesso.
Investimentos não são decididos em Davos. Nem o Brasil tem algo brilhante para apresentar por lá. Melhor seria se concentrar nas questões daqui e fazer um Fórum de Davos em Brasília – com números, fatos e políticas públicas.
O lado bom de tudo isso é que, mesmo lentamente, o Brasil aprende. O ruim é que estamos, mais uma vez, perdendo o bonde da história. O mundo já está se recuperando da crise e nós ainda estamos patinando em nossas próprias limitações.