Os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Venezuela, Hugo Chávez, no primeiro encontro desde que a mandatária assumiu o poder em janeiro deste ano, discutiram a integração da região amazônica e assinaram diversos acordos bilaterais.
A chefe de Estado propôs uma maior integração das fronteiras na região amazônica, que tem cerca de 2.200 quilômetros, por meio de projetos de desenvolvimento e complementaridade, como o que acontece nas cidades de Manaus e Boa Vista, que são ligadas por redes de fibra ótica venezuelanas.
Ambos assinaram 14 acordos bilaterais em áreas como moradia, energia, agricultura e comércio, no Palácio do Planalto que abrigou a reunião.
Segundo a presidente, que agradeceu seu par venezuelano por fortalecer os vínculos de cooperação conjunta, ela afirmou que as duas nações querem promover melhoras nas condições de vida de seus cidadãos.
Dilma disse ter certeza que a Venezuela com sua política interna e o Brasil com sua política por um país sem miséria vão reforçar seus compromissos na área social e colocou seu governo à disposição para fortalecer o intercâmbio nas áreas de proteção social, direitos humanos, políticas mulheres e agrícola.
Ontem, depois de desembarcar, Chávez já tinha adiantado a intenção de continuar executando planos conjuntos com o país. "Quanto o Brasil tem nos ajudado e quanto vai nos ajudar com as novas condições e momentos que chegam", declarou.
"Podemos dizer que começa um novo momento estratégico desta relação, sem dúvida, porque nos anos anteriores viemos criando, abrindo os caminhos, horizontes. Agora há um conjunto muito grande de projetos, de possibilidade", destacou o mandatário.
O líder venezuelano também falou sobre a evolução dos fóruns sul-americanos como o Mercosul, Unasul e aliança Sul-Sul, entre América e áfrica, além da recém-criada Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
"Temos que seguir nos fortalecendo, blindar este continente para convertê-lo em um continente da paz, da unidade, do progresso, do desenvolvimento humano. Esse é o destino", afirmou Chávez.
Sobre este tema, Dilma defendeu o ingresso da Venezuela no Mercosul, cujo processo está travado no Congresso paraguaio, depois de ter sido aprovado pelo Brasil, Argentina e Uruguai.
No discurso conjunto com a presidente brasileira, o venezuelano manifestou seu apoio "incondicional" à candidatura do Brasil a uma vaga permanente do Conselho de Segurança da ONU, como a maneira ideal de romper com a hegemonia dos Estados Unidos.
O presidente ainda aproveitou a oportunidade para felicitar Ollanta Humala por ter vencido as eleições presidências do Peru. Para ele, a vitória do nacionalista permitirá fortalecer o projeto de integração regional.
Amanhã, Chávez estará no Equador onde se reunirá com o presidente Rafael Correa. Em seu giro pela região, o mandatário, que está acompanhado do chanceler Nicolás Maduro e de vários ministros, ainda visitará Cuba.
ANSA