Na semana passada, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), viajou até Recife, onde teve um longo encontro com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A pauta foi a sucessão presidencial de 2014. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), participou da conversa.
Segundo informações de bastidores, Campos defendeu a necessidade de a base aliada ter mais de um candidato (no caso, ele e também a presidente Dilma Rousseff, do PT). Mais do que isso, Campos teria dito que a única possibilidade de ele não disputar o Palácio do Planalto no próximo ano é se Dilma desistir da candidatura em favor do retorno do ex-presidente Lula. Como isso dificilmente ocorrerá, Campos será candidato a presidente da República.
No encontro, Eduardo Campos teria dito a Cid Gomes que não é relevante se hoje ele tem 1%, 10% ou 30% das intenções de voto nas pesquisas, pois mais de 40% do eleitorado ainda não definiu seu voto (número revelado pelos últimos levantamentos espontâneos realizados pelos principais institutos do país).
Mais do que reafirmar sua disposição de disputar o Planalto, Campos teria enviado um duro recado a Cid Gomes. Ao contar a Cid que o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), teria desistido de apoiar a reeleição de Dilma e se comprometido com o projeto nacional do PSB, Campos afirmou que "se é para ficar no PSB é para jogar em parceria". Ou seja, o governador de Pernambuco emparedou o governante cearense.
Como politicamente é muito difícil para Cid Gomes não apoiar a reeleição de Dilma, ele precisará se posicionar. Assim, a partir da conversa com Eduardo Campos em Recife, as especulações em torno da possível saída de Cid do PSB ficaram ainda mais intensas, a ponto de poder comprometer sua sucessão no Ceará. Especula-se que Campos teria até mesmo oferecido suporte à candidatura da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, hoje no PT, para disputar o governo do Ceará.
Conforme podemos observar, a candidatura de Eduardo Campos ao Palácio do Planalto em 2014 ganha cada vez mais força no PSB e no tabuleiro eleitoral, o que leva o governador de Pernambuco a intensificar os movimentos contra seus adversários internos. A ideia é tirar de seu caminho os obstáculos internos existentes ao protagonismo do PSB no cenário político nacional.