Numa conjuntura de turbulências globais e, no âmbito doméstico, de desaceleração no nível de atividade e pressões inflacionárias, a classe C, ou a chamada nova classe média brasileira, corre o risco de ver a posição conquistada sob ameaça? Para especialistas ouvidos pelo BRASIL ECONôMICO, esse grupo que responde por 53,9% da população brasileira, e tem um potencial de consumo da ordem de R$ 1 trilhão, dificilmente vai perder o posto de grande responsável pela alta do consumo vista no país nos últimos anos. E é justamente essa nova classe média, com renda mensal familiar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil, um dos principais legados que a presidente Dilma Rousseff pretende deixar na atual gestão. Não é à toa que deu à Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) a incumbência de elaborar políticas voltadas para o segmento. "A SAE é o ministério da nova classe média", disse ao BRASIL ECONôMICO o ministro da pasta, Wellington Moreira Franco. Para Franco, a implementação de ações de governo voltadas para a classe C tem como foco, para além de evitar o empobrecimento, garantir a consolidação e a sustentabilidade dessa faixa da população (ler entrevista na página ao lado). "No iníci o d o ano entregaremos propostas concretas nas mãos da presidente Dilma."