A próxima eleição está intrigando os bruxos dos institutos de pesquisa. Num intervalo de três dias, dois deles disseram que o próximo pleito é o mais imprevisível dos últimos 25 anos, quando os brasileiros voltaram a escolher o presidente da República pelo voto direto. Em entrevista ao Globo publicada hoje, o presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro, afirmou: “Essa é a eleição de prognóstico mais difícil de nossa História, até porque é a primeira vez em muitos anos que não tem candidato de SP. Parece que o eleitor não quer que ninguém ganhe. Ele vai votar contra, não a favor’”.
Uma variável nova, segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, é que embora a economia continue sendo o fator mais influente, já teve peso maior antes. Hoje, o eleitor está muito mais crítico e exigente em relação aos políticos. Além disso, a inflação está em alta e o desejo de mudança também é muito elevado, compartilhado por 72% da população. Contribuem para tornar o resultado da eleição ainda mais imponderável, o fato de a intenção de voto na presidente Dilma estar caindo e sua agenda, muito negativa. E a oposição ainda não se apresentou – os dois principais candidatos têm percentuais muito grandes de desconhecimento.
“Há um estudo que comparou as taxas de ‘ótimo’ e ‘bom’ dos governadores e presidentes com o sucesso de sua reeleição. Ele concluiu que o limite mínimo de ‘ótimo’ e ‘bom’ para um governante se reeleger é de 34%. A presidente Dilma está com 36%”, disse Mauro Paulino na entrevista das páginas amarelas da revista Veja. Só Lula parece imune ao desgaste provocado pelo cenário adverso para os governistas. Ele lidera disparado como o nome capacitado para mudar.