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Negociações em torno da Reforma Ministerial prosseguem, por Murillo de Aragão

A presidente Dilma Rousseff está encontrando grande dificuldade para concluir a Reforma Ministerial. As negociações são dificultadas pela vontade de aliados de aumentar seu espaço no governo, das eleições de outubro e pela disputa intrapartidária.
Na semana passada, o líder da bancada do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse que na gestão do ex-presidente Lula o espaço da legenda no governo era bem maior do que na gestão da presidente Dilma. De acordo com o líder, o PMDB na Câmara tinha os ministérios da Saúde, da Integração Nacional e da Agricultura, a diretoria da Petrobras, de Furnas, da Funasa, a Secretaria de Atenção à Saúde Básica e duas diretorias do Banco do Brasil. Segundo ele, todos esses cargos foram retirados do PMDB.
A eleição é outro dificultador. A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, havia convidado o filho do ex-vice-presidente José Alencar, Josué Gomes, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entretanto, Gomes recusou, pois prefere concorrer como vice de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais.
Há ainda as disputas dentro das legendas. O PMDB da Câmara não aceita perder espaço para o PMDB do Senado. O convite ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o Ministério da Integração Nacional foi um dos motivos que desencadearam a revolta dos deputados do PMDB. Eunício iria para o ministério, mas a legenda perderia o Ministério do Turismo, que iria para o PTB. Hoje, o Turismo é ocupado pelo deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA).
As disputas intrapartidárias também acontecem no PT. As diversas correntes ideológicas do partido brigam por mais espaço na equipe ministerial. As disputas envolvem o Ministério do Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Direitos Humanos.
Um dos objetivos da presidente Dilma com a Reforma Ministerial é garantir o apoio formal do maior número de legendas possível por conta do tempo de TV, além de garantir palanques estaduais fortes. Nesse contexto, ela precisa abrir espaço para o recém-criado PROS.
Dilma mudou quatro ministros até agora. Na Educação entrou José Henrique Paim, no lugar de Aloizio Mercadante, que foi para a Casa Civil. Arthur Chioro foi nomeado ministro da Saúde, substituindo Alexandre Padilha; e o ex-porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, assumiu a Comunicação Social, antes liderada pela jornalista Helena Chagas.
Pelo menos outras 10 pastas que devem sofrer alterações são: Relações Institucionais; Cidades; Esporte; Transporte; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Agricultura; Turismo; Pesca; Desenvolvimento Agrário; Secretaria de Direitos Humanos.