O panetone e a rabanada estão na mesa do lanche, mas o Natal ainda fica bem longe no calendário. O consumo de artigos com ar festivo ou sofisticado não está mais restrito à mesa das festas de fim de ano. O crescimento da renda do brasileiro e o câmbio favorável às importações modificaram a lista de compras das famílias. Produtos típicos antes vistos só em dezembro ampliaram seu espaço nas gôndolas e passaram a frequentar a mesa do brasileiro no dia a dia. Castanhas variadas, damasco turco, tâmaras secas e o vinho europeu são itens comuns no varejo. No Mercado Central o quilo do bacalhau do Porto é ofertado em média por R$ 40 em agosto ou outubro. Até o tradicional peru resiste no tempo e pode ser assado em um domingo comum de fevereiro ou setembro.
Há cerca de três anos, a rede de supermercados Carrefour identificou o crescimento da demanda por artigos típicos, como o tradicional panetone, e ampliou a oferta. Hoje o item recheado de frutas, com gotas de chocolate ou na versão trufada, é vendido de janeiro a dezembro. "A vulnerabilidade dos produtos natalinos vem diminuindo", constata Adilson Rodrigues, superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis). Segundo o executivo, entre os segmentos que mais se popularizaram estão as frutas, bebidas e pescados, como o bacalhau. "Com o crescimento do emprego e da renda esses itens deixaram de ser exclusivos do fim de ano e passaram a ser bastante comuns." Segundo pesquisa do Instituto Nielsen, que mede o consumo das famílias no supermercado, no ano passado a cesta do brasileiro cresceu 6,7% em volume. (Estado de Minas)