A presença dos pequenos partidos explodiu ao longo dos últimos 16 anos nos municípios brasileiros, quebrando o monopólio das lideranças tradicionais. Pelo interior, os velhos currais estão ameaçados. Alguns ideológicos, como o PCdoB, ampliaram a presença nas duas últimas eleições municipais de 1.354 para 1.873 cidades. Com plataformas difusas, outras legendas – como o PSC, o PTC, o PTN, o PHS, o PTdoB, o PSL, o PMN e o PRTB – se instalaram principalmente nas pequenas cidades, atraindo novos líderes. São chapas proporcionais construídas para estimular aspirantes com votação mediana, que em grandes legendas nunca alcançariam a representação. A competição eleitoral aumenta e, com ela, muda a forma de fazer campanha. No ano que vem, os denominados nanicos trarão mais instabilidade aos velhos líderes. Levantamento feito em todo o território brasileiro pelo pesquisador e cientista político Vítor Peixoto, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, aponta para alta vertiginosa da presença dos nanicos nos últimos quatro pleitos municipais. "A experiência bem-sucedida dessas legendas nas grandes cidades, conquistando, por meio de chapas bem estruturadas, mais cadeiras nas câmaras municipais e legislativos estaduais do que a sua real inserção social, fez com que elas passassem a se organizar também no interior", avalia Peixoto. (Estado de Minas)