Deve apressar a convalescença do presidente do Senado, José Sarney, que se submeteu a um cateterismo e a uma angioplastia no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa de soterrar a ideia de fazer uma reforma administrativa para tornar a instituição a um só tempo menos perdulária e menos cativa do empreguismo. A rejeição o autoriza a dizer que ele, pelo menos, fez a sua parte. Na realidade, o que fez foi reagir, relutantemente, a um escândalo. Há dois anos, o Estado publicou uma série de reportagens sobre o uso de 663 atos secretos para a nomeação de parentes e amigos de senadores para cargos comissionados e terceirizados. A começar do próprio Sarney, o esquema gerido pelo seu bom amigo, o então diretor-geral do Senado Agaciel Maia, no cargo há 14 anos, beneficiou 28 parlamentares de 8 partidos. Sete colegas, ocupando cargos na Mesa, convalidaram a enormidade. (Agência Estado)