A advogada Soraya Casseb Barbosa, de São Paulo, está organizando um grupo de mulheres com próteses PIP e Rofil para iniciar, na próxima semana, uma ação coletiva contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de estudar medidas a serem tomadas na França contra as autoridades responsáveis pela fiscalização dos implantes.
O silicone usado nessas duas marcas foi adulterado pela empresa Poly Implant Prothese (PIP) em sua fábrica no sul da França, onde o gel de uso industrial era misturado ao produto médico. A taxa de ruptura desses implantes é cinco vezes maior que a dos demais.
Soraya está em contato com cerca de cem mulheres vítimas da fraude. Uma reunião na próxima sexta-feira vai definir quantas vão ter participação na ação coletiva contra a Anvisa. Ela também tem conversado com um advogado francês que está cuidando dos casos de pacientes que usam as próteses na França. – Como na França não existe ação coletiva, e advogados brasileiros não podem atuar lá, estamos avaliando como poderíamos, seguindo a legislação francesa, buscar ressarcir o direito das pacientes brasileiras – explica Soraya, que, no ano passado, antes de o escândalo sobre a PIP vir à tona, ganhou uma ação na Justiça contra a importadora das próteses no Brasil, a EMI, em nome de uma paciente que teve rompimento do silicone e inflamação na mama. (O Globo)