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Muita calma
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Muita calma

O momento pede muita calma e juízo. O Brasil está em transe desde o início da Operação Lava Jato. Acabamos de atravessar uma das piores recessões da história do País e um impeachment presidencial. Mesmo assim, em momentos de lucidez aprovamos reformas importantes que permitiram reverter, em parte, a tragédia econômica deixada por Dilma Rousseff.

Agora, com um novo governo, também legitimado pelas urnas, temos novas e antigas agendas. É importante que as anteriores persistam e que as novas avancem. Porém, há que se entender tanto a dimensão dos desafios de acordar a economia do Brasil, quanto a necessidade de prosseguir com as reformas em um Congresso renovado e fragmentado.

Assim, o momento exige calma e ponderação. Pois as condições para se avançar com a reforma previdenciária, por exemplo, são excepcionais, desde que governo e Congresso andem juntos na mesma direção, pois sozinho ninguém vai a lugar algum. O novo governo cumpre um período de aclimatação que deve terminar em breve. A partir daí, só existe o caminho que leva para uma ação mais organizada e pragmática para destravar os horizontes do crescimento econômico e do desenvolvimento social.

O conflito entre os poderes não é uma alternativa racional e resultaria em uma crise ainda mais intensa do que a que vivemos desde a deflagração da Lava Jato. O Congresso, apesar das rusgas expressas em declarações mais pontiagudas, tem consciência da importância das reformas.

Mesmo em meio às confusões da aclimatação, o cadastro positivo foi aprovado e, parcialmente, a entrada de capital estrangeiro nas empresas aéreas. Pela configuração institucional do País, não há como os Três Poderes trabalharem um contra o outro. A paralisia tomaria conta do cenário, o que seria a pior opção.

Executivo e Legislativo devem trabalhar em conjunto. Até mesmo pelo caráter semiparlamentarista de nossa política. Não podemos permitir que a cooperação deixe de existir por causa dos imensos desafios e das oportunidades existentes.

Reconhecendo que está em curso uma natural e incômoda acomodação nas placas tectônicas da política, devemos esperar que
o juízo prevaleça, com menos personalismo e mais institucionalidade. E, em prevalecendo o equilíbrio, abre-se um universo extraordinário de oportunidades para o Brasil.