Produtores agrários e o poderoso Comitê Cívico Pró-Santa Cruz do departamento (Estado) boliviano de Santa Cruz realizaram uma
mobilização contra a lei de terras e a política do Presidente Evo Morales, que terminou na noite de ontem.
Os setores agrários do estado, que concentra terras dedicadas ao cultivo de soja e açúcar, se opõem a um projeto para modificar a
lei do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA), que prevê a expropriação com indenizações de terras improdutivas.
O Comitê Pró-Santa Cruz, que aglutina diferentes setores do estado, considerado o “motor econômico” boliviano, convocou uma
assembléia para a sexta-feira, onde serão definidas as medidas a serem tomadas em protesto às políticas do Presidente Evo
Morales contra os prefeitos (Governadores) e na Assembléia Constituinte.
Um dos aspectos mais polêmicos do projeto de lei de terras é a medida defendida pelo Governo de que a avaliação para
expropriação de terras seja feita a cada dois anos. A oposição propõe que o processo seja efetuado a cada cinco ou quatro anos
para evitar a “instabilidade” na propriedade.
Além do tema da reforma agrária, Morales enfrenta o mal-estar expressado por seis dos nove governadores do país, que decidiram
“romper” suas relações com o Executivo em protesto a um anteprojeto de lei para fiscalizar as autoridades locais e o mecanismo de
maioria absoluta imposto pelo partido governista na Assembléia Constituinte.