Pela primeira vez desde o início do processo de troca no comando da Vale, o governo expôs os motivos que o levaram a intervir na escolha do novo presidente. Chamado ao Senado para explicar a participação do governo nas negociações que levaram à saída de Roger Agnelli da presidência da empresa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou insatisfeito com a administração da empresa durante o auge da crise financeira internacional, mas avaliou que não houve "nenhuma anormalidade" no processo e negou ingerência política. Mantega, que participou de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, disse que o governo poderia ter retaliado a mineradora por não ter atendido aos pedidos de Lula, mas não o fez. "Talvez tenha havido politização por parte da Vale, mas não no governo. Sempre quisemos uma decisão profissional", disse. (O Estado de S.Paulo)