A nomeação do atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, ainda não confirmada oficialmente, para assumir como presidente-executivo da Petrobras é vista com descrédito pelo presidente da consultoria de análise política Arko Advice, Murillo de Aragão. Segundo ele, Bendine não é um nome capaz de reverter as expectativas do momento.
“Sem dúvida não é um nome à altura das expectativas do mercado mundial”, afirmou Aragão, em breve entrevista, por telefone, ao Broadcast. Para Aragão, o executivo não tem o perfil “ideal”. Ele afirma que a escolha deveria ser por um nome que trouxesse uma grande expectativa, alguém que causasse o mesmo efeito que Joaquim Levy (ministro da Fazenda) causou na economia.
Leia, a seguir, a entrevista:
Broadcast – Como o senhor vê a nomeação de Bendine para o comando da Petrobras?
Murillo de Aragão – Não sei se o governo vai confirmar o nome de Bendine. Sem dúvida não é um nome que está à altura das expectativas do mercado mundial acerca da Petrobras. O mundo do petróleo está olhando o Brasil à espera do novo presidente da Petrobras. Bendine não é o ideal e o governo comete um grave erro porque demorou demais. Demissão você faz rápido e escolha você faz com muita cautela.
Broadcast – Mas as demissões na Petrobras demoraram a sair…
Aragão – Pois é, foi lento. Dilma teve um mês e meio, dois meses para pensar num nome. E a situação toda se configura como ridícula, por que na verdade quem demitiu quem? Pois eles acertaram uma transição de um mês e no dia seguinte a Graça Foster rompeu o acordo. Então, sem falar mal de Bendine, considerando que ele é presidente do Banco do Brasil, que é uma grande instituição, o fato é que o novo presidente deveria ter perfil completamente diferente das pessoas que trabalharam nas empresas estatais nos últimos anos. Bendine não é alguém ideal para o momento.
Broadcast – Como seria então o presidente ideal?
Aragão – Deveria ser um presidente que trouxesse uma grande expectativa, alguém que causasse o mesmo efeito que Joaquim Levy (ministro da Fazenda) causou na economia.
Broadcast – E o que essa nomeação pode representar para a imagem do governo Dilma?
Aragão – Não é bom para o governo. Tenho a impressão que estão testando as águas com o nome de Bendine. Mas é um nome que não reverte as expectativas negativas. Teria que ser um nome profissional, de fora, alguém que nunca tenha trabalhado no governo. Que fosse um executivo brasileiro ou estrangeiro de altíssimo nível. “Ponto”.