O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, defendeu a suspensão do Paraguai do Mercosul, adotada após o impeachment do então presidente Fernando Lugo, assim como a decisão do bloco de aceitar a Venezuela como integrante definitivo.
Ao participar de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado para explicar aspectos da política externa do governo Dilma Rousseff, o chanceler brasileiro disse que "era necessário enviar um sinal claro, não apenas ao governo do Paraguai, mas também a todos os países da região: um sinal inequívoco de que, nesta região, não há mais espaço para aventuras antidemocráticas".
Patriota reiterou que a suspensão do Paraguai foi estipulada pelos governos de Argentina, Brasil e Uruguai e argumentou que Lugo "não teve o devido direito à defesa" no processo que culminou com a sua destituição no dia 22 de junho.
Sobre a entrada da Venezuela, decidida uma semana depois na mesma cúpula em que o bloco excluiu de forma temporária o Paraguai, o ministro insistiu sobre o potencial econômico e comercial que o Mercosul adquire com a incorporação do país. Ele também reafirmou que a suspensão do Paraguai não afetou em nada as relações comerciais e econômicas dessa nação com os outros três países membros do Mercosul, que quando decidiram pela suspensão do país concordaram que esta não acarretaria "peso para a população paraguaia" nem interromperia a cooperação entre as nações.
O Mercosul, assim como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), decretaram a suspensão do Paraguai no dia 29 de junho, por considerar que ocorreu um "rompimento da ordem democrática" neste país com o impeachment de Lugo, cujo mandato deveria ser concluído no dia 15 de agosto de 2013.