Com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, impedido de falar sobre política monetária na semana que antecede o Copom, seguindo ritual do regime de metas, coube ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, mexer com os mercados. As falas de Mantega ontem, no Congresso, em meio ao agravamento da crise na Europa e com os primeiros sinais de uma desaceleração mais forte na China tiveram um efeito imediato nos juros futuros, negociados na BM&F. Em um único pregão, o mercado saiu de uma certeza absoluta em um corte de 0,5 ponto percentual, no fechamento de terça-feira, para precificar uma chance de 40% de uma aceleração dos cortes da Selic. Boa parte dos investidores que operam no pregão de juros agora acredita que o BC pode reduzir a taxa em pelo menos 0,75 ponto percentual no encontro da próxima semana, levando a Selic para 10,75% ao ano. Ou mesmo adotar um corte de 1 ponto. (Valor Econômico)