O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a propósito da valorização do Real, disse que não tinha conversado com o presidente Lula sobre câmbio. Pode ser que sim, pode ser que não. A despistada de Meirelles me lembrou um episódio ocorrido quando ele estava do outro lado do balcão e levou uma despistada como presidente da Câmara Americana de Comércio de São Paulo.
Certa vez, o então ministro Pedro Malan foi realizar uma palestra na Câmara Americana. Tal qual hoje, o câmbio era objeto de preocupação do empresariado. Para tranqüilizar o ministro, Meirelles disse que não se preocupasse. Ninguém ali faria perguntas sobre câmbio. Elegantemente, Malan respondeu dizendo-se tranqüilo até mesmo pelo fato de que, conforme teria dito Churchill, jamais se pergunta a um ministro algo sobre política cambial.
Nos dias de hoje, mais do que nunca, Meirelles deve usar a frase de Churchill para escapar das perguntas e pressões que tendem a aumentar.