A candidata de 19,6 milhões de votos na disputa presidencial e protagonista de uma campanha milionária – financiada basicamente pelo dono da Natura Cosméticos – precisou recorrer a uma caixinha com doações para pagar o aluguel do auditório usado em Brasília para mobilizar militantes na noite de segunda-feira. A passagem pelo Distrito Federal do movimento intitulado Transição Democrática, que busca alterar o comando do Partido Verde (PV) e abrir espaço para o grupo de Marina Silva, evidenciou o isolamento da ex-senadora na legenda. A baixa mobilização dos marineiros (inclusive na instância do partido) e a falta de apoio do comando do PV, que reconduziu José Luiz Penna à Presidência da sigla, deixaram Marina escanteada. Quase sete meses após o feito histórico de provocar o segundo turno da eleição presidencial, numa onda verde que surpreendeu e incomodou adversários do PT e do PSDB, Marina atraiu menos de 80 pessoas ao auditório do Centro Cultural de Brasília, na Asa Norte. Nenhuma liderança expressiva do PV, local ou nacional, ciceroneou a ex-candidata. Na entrada, uma caixinha foi colocada para recolher as doações. "Por favor, deposite aqui a sua contribuição para o aluguel do auditório. O movimento Transição Democrática do PV agradece", dizia um cartaz colado à caixa. Até as 21h, a única liderança nacional aguardada, o presidente do PV em São Paulo, Maurício Brusadin, não havia chegado ao encontro. O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), que vem atuando como porta-voz do movimento, não compareceu. A justificativa dada foi de que perdera o voo entre Rio e Brasília. Derrotado na disputa pelo governo distrital, Eduardo Brandão, presidente do PV no DF, tampouco apareceu. Mandou avisar que tinha outros compromissos. Brandão é secretário de Meio Ambiente no governo do petista Agnelo Queiroz. (Correio Braziliense)