Na próxima sexta-feira, 29, Marina Silva lançará seu programa de governo, proposta acertada entre ela e Eduardo Campos, morto no dia 13. O documento com 250 página defende a ampliação dos canais de democracia direta, como plebiscitos e consultas populares, e o controle das atividades dos políticos por conselhos sociais. Segundo o texto do programa, essas mudanças pretendem ser a resposta da candidatura às manifestações populares ocorridas em junho do ano passado. “Elas revelaram ao mesmo tempo o distanciamento entre governos e população e o desejo de mudança na forma de administrar”, diz o texto prévio. As propostas sobre democracia direta estão explicitadas de forma mais detalhada no primeiro dos seis capítulos. É o capítulo intitulado Estado e Democracia de Alta Intensidade. Em outras partes do texto, porém, podem ser encontradas referências à ideia.
No capítulo Cidadania e Identidades, aparece a proposta de “implantar uma Política Nacional de Participação Social e incluir movimentos em conselhos e instâncias de controle social do Estado”. É o mesmo que propôs a presidente Dilma Rousseff no decreto sobre Política Nacional de Participação Social, que, há três meses, provocou polêmica e reações acaloradas no Congresso. Esse item do programa de Marina deverá despertar a mesma reação negativa e por lenha nas críticas que a candidata tem recebido de setores conservadores.