O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a inflação não ficará acima do teto da meta estabelecida para este ano, que é de 6,5%. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele afirmou que o governo está tomando as medidas possíveis para segurar a alta de preços sem prejudicar a expansão econômica. "Posso garantir que a inflação permanecerá dentro dos parâmetros. Pode bater no teto da meta, mas acredito que não", afirmou. Ele disse ainda que a meta de superavit fiscal (receita antes do pagamento de juros da dívida) será cumprida e que o corte nos gastos públicos de R$ 50 bilhões, também. O ministro afirmou que o governo continuará fazendo ajustes no câmbio para evitar que o real se valorize ainda mais perante o dólar. Segundo o ministro, o Brasil e outros emergentes estão sofrendo um "ataque" de investidores que não conseguem rendimento satisfatório aplicando em países como Estados Unidos e os da União Europeia. Esses países reduziram suas taxas de juros para perto de zero para estimular a indústria e o consumo, de forma que pudessem sair da crise. Mantega não descartou novas medidas para conter a inflação, mas não quis antecipá-las. "O fator surpresa é muito importante nesse campo. Os mercados são muito criativos, você fecha uma porta, entra por outra", completou. (Folha de S.Paulo)