Apesar de PT e PMDB serem adversários em muitos estados, a aliança nacional entre os dois partidos não está ameaçada. De um lado, o PT precisa do PMDB para ampliar seu tempo de TV, ter a forte estrutura peemedebista ao lado de Dilma Rousseff e não correr riscos no Congresso Nacional. De outro, o PMDB precisa do PT, pois tem uma fatia importante de poder no atual governo e não dispõe de um plano B na sucessão presidencial diante do favoritismo de Dilma.

Considerando a convenção nacional do PMDB, que decidirá em junho o destino do partido, teríamos hoje 11 estados favoráveis à reedição da chapa entre Dilma Rousseff e Michel Temer. São eles: AM, RO, RR, PA, MT, RN, AL, SE, SP, SC e DF.

Por outro lado, em apenas três estados o PMDB é contrário à aliança nacional com o PT (PE, BA e RJ). Em outros 13 estados (MG, CE, PR, RS, MA, PB, GO, MS, ES, TO, PI, AC e AP), no entanto, como a negociação entre petistas e peemedebistas tende a avançar, sobretudo no plano regional, parcela importante do PMDB tende a posicionar-se favorável à reedição da aliança nacional com o PT.

Na avaliação da Arko Advice , entre os estados indefinidos, o PMDB deve ser favorável à chapa Dilma-Temer em MG, MA, PB, GO, TO, AC e AP. Mesmo no CE, onde é difícil um entendimento entre o PT e a candidatura do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) a governador, o PMDB cearense tende a ser favorável à aliança nacional com o PT.

Diante desse cenário, a aliança com o PT teria o aval dos seguintes estados dentro do PMDB: AM, RO, RR, PA, MT, RN, AL, SE, SP, SC, DF, MG, MA, PB, GO, TO, AC e AP (18 estados). Esse número de estados pode chegar a 19 se o CE também apoiar a aliança nacional entre as duas legendas.

Conforme podemos observar, o fato de PT e PMDB estarem afastados numa quantidade considerável de disputas para governador (12 estados, considerando o cenário de hoje), por enquanto a aliança nacional entre os dois partidos não está comprometida.

Esse paradoxo (petistas e peemedebistas aliados no plano nacional, mas distantes em muitos estados) pode ser explicado pela característica do PMDB, que, ao contrário do PT, é um partido cuja força está mais concentrada nos estados do que no plano nacional.