Além de segurar as votações, o governo tem outro instrumento para controlar a pauta e liberá-la quando for conveniente. O Executivo pode retirar o regime de urgência ou revogar uma MP. Quando há interesse, o governo e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), têm uma série de medidas "criativas" para furar o bloqueio da pauta. Com pressa para dar uma resposta aos bombeiros do Rio que se amotinaram, em junho, Maia alterou a tramitação de um projeto. O PL que anistia os bombeiros foi anexado a outros semelhantes e encaminhado inicialmente pela Mesa para análise de três comissões. Dali, seguiria para plenário. Mas, em 30 de junho, com interpretação criativa do regimento, Maia passou a considerar o projeto de caráter "conclusivo" na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Isso significa que ele não precisa de aprovação do plenário. Vota na CCJ e está "concluído" o trâmite. (O Estado de S.Paulo)