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Maia e Dilma tentam afinar discurso

Ao contrário do que muitos dizem, Marco Maia é amigo pessoal da presidente Dilma, com quem conviveu na política do Rio Grande do Sul. E, embora seja um importante aliado, por vezes não se alinha aos comandos do Planalto. Como presidente da Câmara, ele necessita de traquejo para agradar a seus liderados e também ao Planalto. Com grande prestígio entre as lideranças por seu estilo, inclusive junto à oposição, conseguiu facilitar a vida do governo em matérias cruciais, como a criação do Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público e a Lei Geral da Copa.
 
Um exemplo claro de seu jogo de cintura é o artigo escrito por ele no jornal interno da Câmara e publicado no dia seguinte ao encontro com Dilma. No artigo ele criticou a postura da grande imprensa, que havia afirmado que ele, de olho na concessão de cargos e na liberação das emendas orçamentárias aos parlamentares, estava patrocinando sangria nos cofres públicos colocando em votação projetos que implicam aumento de gastos. Marco Maia ressaltou que o Parlamento é independente e questionou a postura dúbia da imprensa, que sempre acusou o Congresso de ser comandado pelo Palácio do Planalto.
 
O artigo lhe rendeu elogios de seus pares na Câmara ao mesmo tempo que transferiu a responsabilidade pelo problema para a coordenação política do governo no Congresso, a cargo da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Há muito, no entanto, governistas e oposicionistas não afinam com o jeito de negociar da ministra.
 
O diálogo entre a presidente Dilma e o presidente da Câmara estabelece um canal direto de comunicação, evidenciando a deficiência da articulação governista no Parlamento. Por ora, a situação foi contornada, mas se a relação entre governo e Congresso não for revista, essa novela pode se repetir.