Depois de quase seis meses de eleito dois de segundo mandato , o presidente Lula ainda não conseguiu estruturar seu novo governo. Apesar do recorde de imobilidade administrativa, é preciso reconhecer os obstáculos do sistema presidencialista na formação do Ministério e busca de base parlamentar, especialmente sob o modelo eleitoral vigente no Brasil:
Em virtude de circunstâncias políticas e econômicas altamente favoráveis, Lula experimenta uma condição excepcional, pode-se dizer jamais desfrutada nos 22 anos de redemocratização pelos quatro presidentes anteriores.
Lula venceu com 58,2 milhões de votos, esmagadora maioria de 60,83%.
Na campanha, livrou-se da tutela do PT e dos dois facilitadores do primeiro mandato (Dirceu e Palocci), todos arrastados pela correnteza das denúncias de corrupção.
De quebra, aniquilou a oposição com prática e discurso populista e despreza um Congresso campeão da venda de apoio político.
Lula ostenta também formidáveis indicadores econômicos:
Dólar barato significa aumento de renda da população assalariada e maior acesso ao turismo internacional por parte da classe média.
Com esse patrimônio eleitoral, Lula não precisa de Ministério. A rigor, não precisa sequer de governar, como de fato não governa desde a conquista do segundo mandato.
Seus problemas são: