O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou críticas à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Lula dedicou grande parte do discurso para falar sobre o combate às privatizações feitas por FHC e disse que o Brasil passou por uma crise "sem precedentes" entre 1980 e 2003 quando esteve subordinado à tutela do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a uma política de ajuste fiscal muito forte.
"As empresas brasileiras, como própria Petrobras, pararam de fazer investimentos. Entramos em uma era em que os governantes negavam o Estado e diziam que a única solução era privatizar todas as empresas brasileiras porque assim o Brasil teria mais competência", disse o presidente lamentando as privatizações nos setores de telecomunicação, energia elétrica e siderurgia.
"Tentaram [no governo FHC] privatizar o Banco do Brasil. Tentaram até mudar o nome da Petrobras e quebraram o seu monopólio. Ferrovias não foram nem privatizadas, foram dadas a determinados grupos empresariais que fizeram os investimentos necessários", declarou.
Por estar falando com um público ligado ao setor petrolífero, Lula deu mais ênfase nas críticas às ações relacionadas Petrobras. "a lógica perversa era levar a Petrobras à falência para poder justificar a venda da empresa, alegando que o Brasil não era autossuficiente em petróleo". De acordo com Lula, os ministros da área econômica, na época, "baixaram a cabeça" para o FMI. "Nossa querida Petrobras não tinha nem sequer capacidade de investimento", reclamou.