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Lula consolida vantagem e pode ganhar no primeiro turno

A pesquisa Ibope (15 a 17/08) divulgada na sexta-feira (18) ainda não captou o efeito da propaganda eleitoral. Nem por isso deixa de ser evidente que Lula consolida, a cada dia que passa, seu amplo favoritismo. Com 26 pontos de vantagem sobre Geraldo Alckmin e a seis semanas do primeiro turno, a dúvida é a realização do segundo turno. Mesmo tendo se saído mal na entrevista do Jornal Nacional, Lula mantém seus índices intactos. A sua aprovação continua alta e estável.



Para Alckmin, pior do que não se mover nas pesquisas está o fato de não conseguir unir o comando de sua campanha, nem fazer valer a vantagem dos seus palanques estaduais. Em entrevista há dez dias, FHC praticamente jogou a toalha quanto às possibilidades de Alckmin. De olho em 2010, José Serra e Aécio Neves fazem campanhas pensando em seus próprios projetos. Outros aliados importantes, como César Maia e ACM, discordam frontalmente da linha adotada na propaganda eleitoral.



A possibilidade de que Lula vença definitivamente no primeiro turno é considerável. Alckmin teria que começar a subir logo e Heloisa Helena também teria que ultrapassar a barreira dos 15%. Tarefas que estão se revelando difíceis para ambos. Cristovam Buarque, apesar do prestígio de sua campanha, não consegue se mover do 1%. A vitória definitiva de Lula no 1º de outubro ainda pode ser impedida. Mas para isso a campanha de Alckmin teria que melhorar muito. E, sobretudo, contar com alguma derrapada séria de Lula.



A propaganda eleitoral de Alckmin, cujo efeito positivo era esperado, não está funcionando. Seu programa é tecnicamente bem feito, mas não é muito melhor do que o de Lula. Além do mais, a audiência dos programas tem caído sistematicamente apesar do aumento do número de televisores no país. Esse dado revela que não há motivação por parte do eleitorado para mudar o comando do país.



Lula, apesar das graves trapalhadas políticas que cometeu, beneficia-se de seu carisma, da sucessão de escândalos com os políticos, dos ataques do PCC em São Paulo, da fragilidade da campanha de Alckmin e, até mesmo, das grosserias de Heloísa Helena. Combinando tudo isso com o desinteresse da população, o bom ambiente econômico e o assistencialismo do Bolsa Família, Lula está sem adversários.