O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou ontem que continuará à frente das articulações com partidos da base governista sobre o projeto de reforma política em tramitação no Congresso. Lula reuniu-se com parlamentares do PT, convocou uma reunião para sexta-feira com a cúpula do PSB, PCdoB e PDT e disse que conversará nos próximos dias com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), para negociar propostas como financiamento público de campanha e voto em lista. Na sede do Instituto Lula, em São Paulo, o ex-presidente reuniu-se por cerca de duas horas com o relator do projeto de reforma política na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e lideranças do PT. Segundo o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, Lula busca convergência em temas polêmicos. "Quando Lula era presidente, tinha limitações para discutir sobre a reforma política porque havia posições antagônicas na base governista. Ele não queria afetar a governabilidade. Dilma agora tem os mesmos constrangimentos e fala genericamente sobre essa reforma. Lula não. Ele não tem que gerenciar a governabilidade", comentou Miranda, ex-ministro de Lula. "Ele é um agente político". (Valor Econômico)