Em princípio, salvo a comprovação de houve conduta ilícita, é provinciano de nossa parte considerar que o empenho de Lula, como presidente ou ex-presidente, em favor de empresas brasileiras no exterior seja condenável.
Presidentes e primeiros-ministros de muitos países viajam defendendo os interesses comerciais de seu país. Sarkozy esteve aqui para defender a Dassault. Joe Binden veio em nome dos interesses da Boieng. Lula defendeu os interesses de muitas empresas que vendem produtos e serviços. Nada de errado.
Como ex-presidente, a situação ainda é menos problemática. Não há limitação legal para que viaje e advogue interesses empresariais de forma lícita e legal. Será condenável se tiver ocorrido corrupção. Assim, a investigação do MP sobre as viagens de Lula somente se justificaria se houver suspeita consistente de conduta ilícita.