O corte das emendas parlamentares e a lentidão na distribuição de cargos de segundo escalão, características da relação do governo Dilma Rousseff com o Congresso, desencadearam na Câmara dos Deputados um processo de enfraquecimento dos líderes partidários da base governista. Impotentes para atender às reivindicações dos deputados, os líderes formais veem surgir fortes grupos paralelos dentro das bancadas, que não cumprem suas ordens, articulam contra eles e até os derrubam, redesenhando o mapa da correlação de forças na Câmara dos Deputados. Na segunda-feira passada, por exemplo, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) solicitou ao seu partido autorização para fazer, em nome da liderança, um pronunciamento sobre a execução financeira do governo federal. Recebeu o seguinte recado: teria a permissão somente se não fizesse críticas ao governo. (Valor Econômico)