Desde o fim das eleições presidenciais de 2010, o prefeito e o político convivem em simbiose na pessoa de Gilberto Kassab. Isso, naturalmente, é motivo de crítica dos adversários, mas ele fez sua opção: nos últimos seis meses, dedicou-se integralmente à criação do PSD. Jura que a intensa atividade política que passou a desenvolver em nada interfere nas responsabilidades do prefeito. Praticamente desconhecido no país até assumir a Prefeitura de São Paulo em 2006, quando José Serra (PSDB) deixou o cargo para concorrer ao governo do Estado, Kassab agora muda outra vez de patamar político ao dissentir do DEM, propor uma saída alternativa – e ser seguido – aos insatisfeitos em outras siglas e comandar um partido de tamanho médio e maleável o suficiente para compor alianças que o projetem para o primeiro escalão da política nacional. Como diz o próprio Kassab, o PSD não é de direita, nem de centro, nem de esquerda. Em seu ponto de vista, é, de todo modo, uma resposta às expectativas de um grande eleitorado de centro, em São Paulo. (Valor Econômico)