O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que "o juro real ideal no Brasil" é equivalente ao que é registrado em outros países emergentes, ou seja, um patamar "de 2% a 3% ao ano". "Mas a queda dos juros é uma questão que não ocorre da noite para o dia. é preciso que existam condições que permitam que ela caia", ressaltou, destacando que quem determina a queda dos juros é o Banco Central, que tem autonomia para fazê-lo quando julgar que a inflação está controlada e é possível reduzir a Selic. "Juro alto é tão ruim quanto inflação alta. E a inflação é negativa para todos, sobretudo os mais pobres", destacou. O ministro afirmou que caso a crise internacional fique tão aguda quanto em 2008 e a inflação esteja comportada, nesse contexto os juros poderiam cair, mas ressaltou que essa é uma atribuição exclusiva do Banco Central. Mantega também apontou que em um eventual recrudescimento da crise mundial que provoque novo credit crunch, o governo poderia utilizar não só a queda de juros como também liberar parte dos depósitos compulsórios de bancos comercias que estão disponíveis no Banco Central. "Caso haja necessidade de irrigar o mercado de crédito, há cerca de R$ 500 bilhões de reais de compulsórios no BC e uma parcela disso poderá ser liberada, a fim de normalizar as operações no mercado", comentou, após participar de almoço na Fiesp. (Agencia Estado)