O governo direcionou sua artilharia novamente para as captações de recurso no exterior, em mais uma tentativa de segurar a taxa de câmbio. Ao estender para empréstimos de até cinco anos a cobrança do IOF de 6%, que até agora valia para operações de até três anos, a medida atingiu praticamente todas as linhas de empréstimos feitas por bancos estrangeiros para as companhias nacionais. Quase não há crédito acima de cinco anos (com exceção dos financiamentos de projetos de infraestrutura). Os bancos internacionais, especialmente os europeus, sofrendo com a crise, já vinham reduzindo os prazos e elevando as taxas de juros das operações mais longas. Segundo um diretor de banco, algumas operações que já haviam sido negociadas, com definição dos bancos que participariam da sindicalização (pool), foram colocadas em espera. "Os bancos estão buscando alternativas", diz. "Inúmeras operações estão sendo reavaliadas." A medida deve inibir também o empréstimo intercompanhia, quando a matriz toma recursos no exterior para repassar para a filial no Brasil, prática que vinha se intensificando graças ao diferencial de juros entre os mercados doméstico e externo. (Valor Econômico)