Aumentaram e muito as preocupações do governo com a valorização do real frente ao dólar e estão em estudos novas medidas cambiais. Após taxar o mercado de derivativos em julho do ano passado, onde identificava forte especulação de fundos de hedge, a área econômica agora coloca o foco nas empresas multinacionais, que estariam aplicando no país parte relevante de seus caixas ou, ainda, tomando empréstimos a juros muito baixos no mercado internacional para investir no Brasil à taxa Selic, de 10,5% ao ano. Em geral, essas são operações travestidas de investimento estrangeiro direto (IED), mas que acabam indo desaguar nas aplicações financeiras. Estariam fora da mira do governo, segundo garantiram fontes oficiais, tanto restrições a aplicações de estrangeiros em bolsas de valores quanto os investimentos diretos legítimos. Uma forma de barrar essas operações (que entram no país como IED, mas não se transformam em projetos produtivos) seria por meio da cobrança de um "pedágio" das empresas enquanto os recursos estiverem parados em aplicações financeiras. Ou, ainda, só permitir o ingresso do investimento gradativamente, à medida que ele for executado, segundo sugerem fontes oficiais. (Valor Econômico)